quarta-feira, 29 de abril de 2009

. Hemorragia interna, venha à mim! ù.ú

segunda-feira, 27 de abril de 2009

"Queria mais violência, violência até não poder mais. Me acustumei, talvez não consiga mais passar sem isso(...) A violência me mata, me estraga, me suja e se nutre de mim, mas com e por ela sobrevivo; dela me alimento."
. Culpa, culpa, culpa. Estou preenchida pela culpa. Quero sumir, desaparecer. "Você só fará os outros sofrerem" E é verdade. Queria entender a minha dependência tão extrema. Por mais que doa, sangre, exploda, por mais que o fim seja sempre o mesmo, tudo que quero é ficar anestesiada para sempre.
. Finalmente, a punição extrapolou os limites que posso suportar. Uma boa atriz, sempre. Mas por dentro...
Finalmente encontrei uma amiga maravilhosa, perfeita, brilhante. E como meus outros castigos não funcionam, me puno atráves dela. Machucando-a, dando-lhe péssimos exemplos. E mesmo sabendo disso, ainda desejo me afundar cada vez mais. Só quero pirar de vez, ter uma overdose em um beco sujo. Nem tenho mais onde cortar, nada mais para experimentar e esse vazio com dor me deixa louca. Tão sóbria. E sóbria vejo que consigui destruir o que mais prezo na vida, aliás, a única coisa que me mantém viva.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Sou tão entediante que, apesar de ter duas semanas sozinha em casa, não consigo pensar em nada que eu já não fizesse com gente em casa.
Merda.

terça-feira, 21 de abril de 2009

. Escrevi e escrevi, mas hoje estou cansada de ser eu mesma. Ou será que realmente estou morrendo, por fim? Sinto tanta, tanta dor, mas, assim como quando eu era criança e até 2007, não consigo liberá-la; não consigo chorar, não consigo me cortar, não consigo emocionar-me com os filmes e livros mais 'dramáticos' que consegui comprar... Faz tempo que não escrevo desse jeito: como um diário. Sempre tive a necessidade de ser impecável e pontual; nada de reticências e enrolações. Quem sabe, talvez, durante todo este mês - passou-me um mês? Mais? Menos? - eu tenha reaprendido a ficar sozinha. Talvez eu só precise ficar sozinha por mais tempo e tornar-me dura novamente, como sempre custumei ser. Ou isso, ou é o vazio tomando conta, uma vez mais. O tempo passa, mas só sei que ele está passando pelas milhares de pílulas que vão acabando...
E desespero-me com minha situação. Não por estar mal, afinal, sempre estive. Mas pelo limite. Os remédios fazem efeito por uma semana, no máximo dez dias; depois perdem o efeito. Assim, já cheguei ao máximo de milhares deles. Amanhã estarei tomando vinte pílulas, mas e aí? E quando acabarem-se as opções?
Penso que, entre essa maldição que carrego(distimia) e câncer, com certeza eu iria preferir ter câncer. Com câncer sofre-se muito, mas depois vem a morte; alivio. Com esta merda, sofra-se a vida inteira, e além de ser um sofrimento invisível, já que vou indo bem de saúde, também não é um sofrimento recompensado. Nós, amaldiçoados, somos obrigados a procurar a morte e sujar as mãos. Não vejo outro fim. E tenho razão: estou há dezoito anos, e regrido cada vez mais. É um preço grande demais a se pagar. Aposto que cada gênio que já morreu desse mal, amaldiçoava sua inteligência e, nem que fosse às vezes, desejava ser como todas as pessoas, das quais ele sempre custumava desprezar.
Eu não fiz nada. Nunca. Como em "Um Motivo para Viver", as pessoas não querem ver-me, não porque fiz algo ruim, mas simplesmente pelo que sou, pelo que tenho dentro de mim. "Minha mãe diz que nasci do pecado, minha tia diz que falo pelos olhos." Eu também não falo, nunca falei. E nunca fiz nada, além de ser eu mesma. E ser eu mesma é como se fosse uma bruxa, queimada na Inquisição porque as pessoas têm medo do que não conseguem compreender. Simples assim. E pisam nos outros, por medo de enfrentar a si próprias. É pura covardia, eu sei. E só não quero precisar de ninguém. Ninguém, ninguém, ninguém.
Antes eu reprimia tudo; na frente dos outros era uma rocha. Sou a melhor atriz que já conheci, às vezes engano a mim mesmo. E sempre enganei todos, mesmo os que estavam bem na minha frente. Exceto desta vez. Resolvi deixar um pedacinho aberto e, já era: a pessoa mais independente(em questão de afeto, caráter), virou a mais dependente. E acho, acho mesmo, que doa o que doer; quantos cortes eu tiver que fazer; quanto precisarei me dopar, qualquer coisa é melhor do que depender de alguém. Antes, sofria sozinha, mas sofria pelo passado, pelo presente, por ser quem sou. Depois de depender, sofro pelo passado, pelo presente, por ser quem sou; sofro por outra pessoa, sofro o que a outra pessoa me fez e faz, sofro a que a outra pessoa sofreu e sofre, sofro por não agüentar ficar sozinha comigo mesma. Sofro; "o silêncio me machuca por ele diz a verdade".
Quando se depende, a vida da pessoa de se depende passa a não ser só dela; tudo que a pessoa faz afeta diretamente o dependente. E áté que a dependência acabe, sempre vai afetar. Deve-se tomar cuidado antes de entregar-se inteira e dar sua alma e seu coração, pois há o risco de ficar vazia. Como estou agora.

domingo, 19 de abril de 2009

. "Estou tão cansada de estar aqui, reprimida por todos os meus medos infantis. E se você tiver que ir, eu desejo que você vá logo. Porque sua presença ainda permanece aqui, e isso não vai me deixar em paz. Essas feridas parecem não querer cicatrizar, essa dor é muito real. Isso é simplesmente muito mais do que o tempo não pode apagar. Quando você chorou eu enxuguei todas as suas lágrimas. Quando você gritou eu lutei contra todos os seus medos. Eu segurei a sua mão por todos esses anos. Mas você ainda tem tudo de mim. Você costumava me cativar, pela sua luz ressonante, agora eu estou limitada pela vida que você deixou para trás. Seu rosto assombra, todos os meus sonhos, que já foram agradáveis. Sua voz expulsou toda a sanidade em mim. Essas feridas parecem não querer cicatrizar, essa dor é muito real. Isso é simplesmente muito mais do que o tempo não pode apagar. Quando você chorou eu enxuguei todas as suas lágrimas. Quando você gritou eu lutei contra todos os seus medos. Eu segurei a sua mão por todos esses anos. Mas você ainda tem tudo de mim. Eu tentei com todas as forças dizer a mim mesma que você se foi, mas embora você ainda esteja comigo, eu tenho estado sozinha todo esse tempo.Quando você chorou eu enxuguei todas as suas lágrimas. Quando você gritou eu lutei contra todos os seus medos. Eu segurei a sua mão por todos esses anos. Mas você ainda tem tudo de mim..."

. Apenas de extremamente magoada, fodida, apesar de toda cortada, ainda estou aqui. Ainda falando, ainda chorando, ainda me preocupando, ainda sofrendo. Isso nunca teve valor algum. Sou apenas alguém para ser pisada, preciso agüentar. E agüentei todo esse tempo, embora saiba que ela, nem ninguém fará o mesmo por mim. Cada corte, cada lágrima. Doeu tanto... e eu continuo aqui.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Exaustão. Não vejo a hora que tudo acabe logo...
Só há mediocricidade em volta e é tudo completamente vazio, sem gosto, sem cor.
E arrependo-me muito de não ter ido quando tive chance.
Agora vou ter outra e preciso aproveitá-la.
Tevê, dormir, tevê, tevê, tevê, dormir, insônia, insônia, tevê, tevê. Nem meu curso alegra-me mais.
O livro que leio me deprime; a personagem principal tem tanto de mim que ninguém faria idéia. Já é ruim conviver comigo mesma, quem dirá ler-me. Fico aqui, o tempo todo sozinha e invisível, escrevendo para as paredes. É tudo sobrevivência. Só conheci a vida através do sofrimento e auto-destruição; depois pelo amor, mas o amor foi todo arrancado de mim e não tenho mais nada.
Só consigo fazer as coisas pelos outros, jamais por mim mesma, e agora não tenho ninguém para me doar, para que me faça sair da cama e sentir-me útil e indispensável. Isso ninguém vai compreender, mas é assim que é. Se não tenho amor, não sou nada. O amor foi a única coisa boa que conheci, a única coisa boa que senti, e a pessoa pela qual senti destruiu tudo que ainda tinha em mim; não tenho mais nada para dar ou oferecer. Pisou, cuspiu, esticou, largou, jogou fora. Tirou-me também, o único sentimento que fazia-me levantar, já que voltei a ficar invisível e inútil. E ninguém entende, ninguém entende. Ela não entende, ela cagou para o presente mais lindo que já consegui dar...
E continua cagando, continua magoando-me. E é de propósito, só mais um jogo, só mais um trófeu entre corações partidos. Foi fácil partir o meu, só tinha buracos remendados e abertos, e é fácil descosturas as coisas, mas, às vezes, é impossível colá-las de volta.
Não tenho utilidade, não tenho razão, mal sinto alguma coisa. Morrer é como comprar uma água. Faz, no mínimo, um mês que estou assim, um mês que ignoro todo mundo e olho tudo vazio; olho sem olhar. Só chorei uma vez, e não foi por sentir-me mal comigo mesmo ou pelo que alguém fez, mas por coisas bem acima disso. No resto, nem chorar consigo, nenhuma lágrima sai. E também não choro à seco. Apatia, engolir comprimidos. Apatia, cama. Apatia, um cigarro. Apatia, bebidas. Apatia, cortar-me toda, como se corta papel. Será que o papel sente dor? Eu não sinto; estou anestesiada.
Preciso sentir-me viva, e a única coisa que pode dar-me isso... aquelas carreiras branquinhas, brilhantes. E tudo sumiu em um passe de mágica, compro um coração de brinquedo.
. Seja forte nas suas decisões, seja forte nas suas decisões.
. Adoro a pureza, adoro o castigo. Adoro a proteção, adoro o macio. Adoro o selvagem, adoro o diferente. Adoro incesto e pedofilia consentida. Adoro sangue, odor, dor. Adoro o sufoco e adoro o alívio. Adoro o êxtase e adoro a ingenuidade. Adoro incesto, adoro o cuidado.
. Adoro a punição, adoro o saciamento. Adoro sentir-me viva, adoro morrer. Adoro interpretar, roubar e jogar. Adoro esconder e adoro ensinar.
. Adoro cinema, literatura, fotografia, música e teatro. Adoro me perder e adoro desafios. Adoro a coragem, adoro a persistência.
. Adoro a única coisa que liga tudo isso, a única que não posso adorar.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

. "Porque, como a Paulie disse, ela é a única pessoa que me amou de verdade, a única que me viu inteira; a única que não deixou-me ser invisível. É como um amor de mãe: por mais que o filho magoe, a mãe sempre está lá para qualquer coisa, e sempre vai amá-lo, não importa o quê. Ela me deu a vida e fez por mim mais do que qualquer pessoa sequer cogitaria em fazer. Ela se arriscou, viu todas as dificuldades, todas as merdas, e quis me dar crédito, quis ajudar e deixou de lado tudo que pôde. Isso é a única coisa que, desde criança, sempre esperei de alguém. Isso e deixar de ser invisível. Embora ela tenha arrancado tudo que me deu, ela deu. Não sou o tipo de pessoa que deixaria de se importar com quem amo, apesar de ter sido completamente ferida. Além disso, jamais alguém vai saber a metade da metade sobre mim. Se ela morrer, morro também, porque ela me tem dentro dela, vivo por ela e através dela. O sentido acabou e não há raiva, nem mágoa, que possa mudar isso."

. Raiva, raiva, raiva. Não importa o que eu faço, seja bom ou ruim, nunca vou deixar de ser invisível. É tudo vazio, o dinheiro compra tudo e nada mais importa. Egoísmo. Hipocresia. Que enfie no cu o seu "pode contar comigo". Se tento fazê-lo, se tento me aproximar, só ouço berros e críticas.

. E se fico bem, se acho algo que, pela primeira vez, eu realmente ame fazer, é tudo arrancado de mim. É só levantar para cair de novo. O pé sempre estará lá, pronto para fazer-me tropeçar. Simplesmente não vou agüentar, não quero, não posso. Já passei por muita, muita coisa. Estou desabando e a única pessoa que poderia me salvar, é justamente a que só me destrói. Tudo bem, morrer é como tomar um café, eu sempre soube que seria logo, só não queria que fosse na porra da única vez que sinto-me bem em fazer algo. "Menina má", é.
. "Aqui estou, então tente me perdoar, eu não acredito em conto de fadas. Aqui estamos nós com nada, exceto honestidade. Eu já cansei, eu não vou ficar. Me desculpe por correr assim desse jeito. E me desculpe, eu já fiz meu desejo. Ahaah, mas a Cinderela precisa ir! Me desculpe por apenas tentar viver minha vida, não se preocupe você vai ficar bem. Ah, mas a Cinderela precisa ir...! Você costuma dizer que me precisa, você me lançou no seu feitiço. Eu fiz tudo o que você quis que eu fizesse. Mas agora eu grito, primeiro suas razões, porque você mentiu para mim. Eu não serei cega. Meu amor não pode ser sacrificado.(...) Me desculpe por apenas tentar viver minha vida. Não se preocupe, você vai ficar bem. Ah, mas a Cinderela precisa ir!"
. "Fico sozinha em meu quarto, cada momento passando tão rapido. Assistindo as velas queimarem durante a noite. Caio no sonho, acordo e é tudo a mesma coisa, segundos mais velha, mas sozinha como uma criança. Se você apenas me der um sinal para viver e não morrer. Então eu poderia ver um pouco de luz, eu poderia achar parte de meus pensamentos. Eu não sei onde você está. Talvez perto ou talvez longe. Eu apenas preciso de um pouco de luz. Ouço o relogio tiquetaqueando, em uma vida que poderia ter signficado. Se eu pudesse achar a luz do amor em seus olhos. Ver milhões de pessoas todas tão solitarias. Mas nós não temos que estar sozinhos esta noite.Se eu pudesse ver um pouco de luz, se eu pudesse achar uma parte de mim. Se você apenas me der um sinal, eu poderia ver um pouco de luz. Eu não sei onde você está, talvez perto ou talvez longe. Eu poderia ver um pouco de luz. Se eu pudesse ver um pouco de luz, se eu pudesse ver um pouco de luz...Fico sozinha em me quarto, cada momento passando tão rápido, assistindo as velas queimarem durante a noite."
. Fujo, fujo desesperadamente; ela está sempre lá, perseguindo-me, encontrando alguém em que possa-se fazer presente. Ninguém a vê, mas está lá; à espreita, pronta para atacar. Não sei se a busco, não sei se dela desejo fugir; sei apenas que é o meu fim; destino precoce. Não há escolha, não há saída. Por fim, vejo que é como tudo que tenho na vida; ganho para perder. As drogas deixam-me em êxtase, mas tiram toda e qualquer sanidade ou respeito própio. O sangue alivia, mostra-me a vida que há em mim, mas logo pode esgotar-se. As pessoas vão e vêm; são as que mais me machucam, com tanto egoísmo e comodidade. E ela,ela... ela é um delírio louco, um desejo constante, algo que quero ter e, por mais que me sobrecarreguem de dor, não me dão como recompensa. E então, pela segunda vez, quero viver. E, pela segunda vez, toda a esperança é arrancada de mim; com minha alma, corpo, mente e coração. Sempre esperando, livrando-me dela por incontáveis vezes; deixando-me crer que sou invencível, apenas para terminar com um belo e cruel ato final. Um ato mortal.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

. Sou uma babaca mesmo... É tão ridículo ainda ter esperanças, ainda tentar fazer alguma coisa. É só levantar para cair de novo, é só conseguir alguma coisa para ela ser tirada de você. E continuo invisível. No fim, só posso contar com os malditos cortes e as drogas. Bem ou mal, sempre estarão aqui. Pelo menos voltei a chorar. Não sei o que é pior, sentir dor ou vazio. Quando se chega ao máximo de todos os remédios e não há quem se importe, ninguém com quem contar. Há um ano e meio atrás, entreguei minha alma ao diabo. E vocês sabem, o diabo é traiçoeiro. Promete, promete, você perde tudo esperando a recompensa e o jogo nunca termina. Ninguém pode ajudar nem ver, são só vocês dois. Se encarando, pisando em velhas feridas. Desistir de tudo que se tem não é suficiente, o único modo de se livrar é tirar a própia vida.

. Não, ninguém vai saber o que está acontecendo. Mas, seja o que for, vai terminar.