sábado, 9 de maio de 2009

. Testamento:

Quero ser cremada. Quero que meus orgãos sejam doados.
Quero que minha casa fique para a Lorrayne, meu único e grande amor. Baby, venda-a e ajeite Guaratiba. Quero que minhas cinzas sejam jogadas em Guaratiba. Meus livros e tudo que eu tiver, são para a Lorrayne. Porque, se não fosse para morrer, a única coisa que eu queria era passar o resto da vida ao seu lado. Logo, tudo que é meu, é dela.

Peço que não fiquem tristes. "É melhor queimar de uma vez do que apagar-se aos poucos". Fiquem felizes porque a dor que me corrói vai passar.

Baby, eu te amo. Amo com toda minha alma. É para sempre. Estou te eternizando em mim. Eu passaria por tudo de novo, mas não posso perdê-la. E já que a vou perder, não quero viver isso. Chega... Peço-te que escreva minha história e publique-a com meus textos. Por favor. Só você sabe quem eu sou. Você foi a única pessoa que me viu. A única que quis correr o risco. A única que não me deixou morrer... Por favor, seja feliz. Não sou capaz de vê-la sendo feliz com outra pessoa, por isso me vou. Mas não deixe de fazê-lo.

Nos últimos dias, você me disse muitas coisas. Disse que seria eterno...
Mas mudou de idéia. E não posso te dizer que vou me matar(o que pretendo fazer agora), porque aí você vai ficar comigo por pena. Culpa.

Eu queria ter mais a dizer, mas não tenho. Não vou dizer adeus aqui para ninguém. Não vou pedir desculpas. Ou dizer quem amo ou deixo de amar...

Nunca fui boa em perdoar. Infelizmente, não perdoei ninguém. E nunca vou perdoar.

Se choro, é apenas por tudo que poderia ter sido. Todos os planos que se desfizeram...

Vivi por ela. Se não fosse por ela, já teria morrido há muito tempo...
Ninguém nunca me enxergou. Estão exausta de carregar culpas que não deveriam ser minhas...

Obrigada por tudo, de qualquer forma.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

"Enfim te vejo - Enfim posso,
Curvado a teus pés, dizer-te
Que não cessei de querer-te
Pesar de quanto sofri.

Muito penei, cruas ânsias,
Dos teus olhos afastado,
Houveram-me acabrunhado
A não lembrar-me de ti!

Dum mundo a outro impelido
Derramei os meus lamentos
Nas surdas asas do vento,
Do mar na crespa cerviz!

Baldão, ludébrio da sorte
Em terra estranha, entre gente
Que alheios males não sente,
Nem se condói do infeliz!

Louco, aflito, a saciar-me
D'agravar minha ferida
Tomou-me tédio da vida,
Passos da morte senti;

Mas quase no passo extremo,
No último arcar da esperança
Tu me vieste à lembrança:
Quis viver mais e vivi!"
. "Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros...
Que tu és como um Deus: Princípio e Fim!..."
. "Quando você tem que olhar pra longe
Quando você não tem muito a dizer
É quando eu amo você, amo você
Bem do jeito que voce é

Ouvir voce tropeçando em suas próprias palavras
Ou ver voce caminhando com dois pés esquerdos
é quando eu amo você
Amo você eternamente

E quando voce estiver bravo porque perdeu um jogo
E esquecer que eu estou te esperando na chuva
Querido eu amo você
Amo você de qualquer forma

Refrão:
Porque aqui está minha promessa feita essa noite:
Voce pode contar comigo o resto da vida
Porque é quando eu te amo
Quando nada do que voce faça pode mudar minha mente
O mais que eu aprendo, o mais que eu amo
É o máximo que meu coração pode aguentar
É quando eu amo você,
Quando eu amo você, nada mais importa

Quando voce se vira para esconder os olhos
Porque o filme fez voce chorar
É quando eu amo você
Eu amo você cada momento mais

E quando voce nao consegue combinar suas roupas
Ou quando voce ri das suas proprias piadas
É quando eu amo você
Eu amo você mais do que voce possa imaginar

E quando voce esquecer que nós tivemos um encontro
Ou aquele olhar que você me dá quando aparece tarde
Querido, eu amo você
Eu você amo de qualquer forma"

. Ela não me deixou morrer.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

. Gritando de dor, me contorcendo. Berrando, chorando. Gritando que quero morrer. Por favor, por favor, por favor. Está doendo tanto, está queimando! Desesperador, não consigo mais suportar. Só consigo gritar e chorar. Estou implorando, faço qualquer coisa, qualquer uma, só me deixem morrer. Não agüento mais, por favor...!
. Só quero descansar. Preciso descansar...
Inconstância invisível: um retrato anônimo.

Em dias como este o movimento fica fraco por aqui. O dia mal clareou e o despertador acordou-me, lembrando de tudo que viria pela frente – a mesma rotina; velhos hábitos que nunca mudam – e logo vi que iria chover. Só não imaginei que choveria tanto, e sem dar-me o luxo de ficar na cama, saí para o trabalho mesmo assim. Vivo em uma verdadeira selva: matar para não ser morto.
Trabalho praticamente vinte e quatro horas. Ganho o suficiente, exceto em dias como esses. Chuva magnânima: cega, assusta, maltrata. Braço direito da solidão, isso sim.
Meus clientes mais abastados e generosos desviam a atenção de nós – que somos mais invisíveis que cachorros pulguentos e molhados – e precisam atender os feridos, suicidas e boêmios, que aproveitam para usar a chuva como cenário da destruição. Esconder o feio com o bonito, a velha regra que faz o mundo girar.
Sou sempre a segunda opção: boneca sem sentimentos, queridinha do papai, aluna obediente. Devo seguir o roteiro e tenho infinitas possibilidades, exceto ser eu mesma. A chuva quer apagar o meu eu. Espero que ela consiga.
Escolhi o trabalho errado. Comecei achando que ser prostituta me faria ser gostada, amparada, visível. Como pude ser tão ingênua?
Hoje, especialmente, ando pelas ruas vazias, procurando qualquer ser vivo que me queira. Meu batom vermelho está borrado e grossas lágrimas de rímel escorrem pelo meu rosto. Não sei se são lágrimas, ou simplesmente chuva. Ao contrário desta tempestade, estou seca por dentro.
Ouço raios e trovões, mas é preciso ser indiferente e continuar procurando. Preciso ser necessária em uma cama quentinha, preciso ser vista. O barulho não me assusta. Sendo bem sincera, a chuva que me molha mostra-me que ainda estou viva.
Queria deixar que a tempestade me levasse. Por mais que eu a deixe entrar em mim – o que é feito gentilmente, ao contrário de muitos machões que saio – não consigo sentir-me limpa. Queria recuperar a inocência.
Meus pés não me obedecem mais. A chuva varreu minhas esperanças. Traiçoeira, limpou meu sustento e deixou o cheiro do pecado grudado em minha pele. A culpa transcorre em minhas veias, mas me é cômodo senti-la; é a única coisa que conheço.
Ensopada dos pés à cabeça, rezando para que um raio me atinja, ando à toa. Vultos me perseguem, demônios correm atrás de mim. Fogos-fátuos confundem minha sanidade. Grito; meus ecos escondem-se de mim. Estou sozinha.
Decido-me por voltar para casa e fazer o que faço melhor: ser invisível. Com chuva ou sem chuva.
. Epica e, depois quem diria, Claudinho e Bochecha.

. "Avião sem asa, fogueira sem brasa,, sou eu assim, sem você. Futebol sem bola, piu-piu sem Frajola, sou eu assim, sem você.Porque é que tem que ser assim? Se o meu desejo não tem fim. Eu te quero a todo instante, nem mil auto-falantes, vão poder falar por mim. Amor sem beijinho, Buchecha sem Claudinho, sou eu assim sem você. Circo sem palhaço, namoro sem abraço, sou eu assim sem você. Tô louco prá te ver chegar, tô louco prá te ter nas mãos. Deitar no teu abraço, retomar o pedaço que falta no meu coração. Eu não existo longe de você e a solidão é o meu pior castigo. Eu conto as horas pra poder te ver, mas o relógio tá de mal comigo. Eu não existo longe de você e a solidão é o meu pior castigo. Eu conto as horas pra poder te ver, mas o relógio tá de mal comigo. Por que? Por que? Neném sem chupeta, romeu sem Julieta, sou eu assim, sem você. Carro sem estrada, queijo sem goiabada, sou eu assim, sem você...Você...Porque é que tem que ser assim? Se o meu desejo não tem fim. Eu te quero a todo instante, nem mil auto-falantes vão poder falar por mim. Eu não existo longe de você e a solidão é o meu pior castigo. Eu conto as horas prá poder te ver, mas o relógio tá de mal comigo...Por que? Por que? (4x)"

. Namoro bipolar, amor eterno.

. E eu passaria por tudo de novo...
. "Tentando manter-me à tona nesta correnteza. Mas um pensamento puxa-me para baixo. Puxando-me para baixo. Estamos vagando rumo a um infinito vazioE e extinguir será agora o único caminho para diminuir seus pecados. Este vórtice não pode ser completado novamente. Uma lacuna no espaço e tempo. Você chora para o Paraíso quando está confinado aqui? Nunca se pergunta por que estas lágrimas pesarosas nunca secam? Elas deixarão para trás tantas sombras em minha mente. Alto no céu, todas as nuvens estão passando. Espere por esta tempestade, espere pela chuva. E espere pelas lágrimas caírem sobre mim. Você chora para o Paraíso quando está confinado aqui? Nunca se pergunta por que estas lágrimas pesarosas nunca secam? Elas deixarão para trás tantas sombras em minha mente. Vivendo em mim, vivendo em todas as memórias de minha vida. Você se pergunta por que estas lágrimas nunca secam? Tempo se impôs à vida. Vivendo em minha mente. Podemos encontrar um caminho neste labirinto sem fim? O labirinto não tem fim. Que desvio deveria tomar? Esquerda ou direita?Deve permanecer? Devo ser o escolhido?"
. Medo, incertezas...
. Como eu queria ser outra pessoa. Outra pessoa que não é atacada uma vez após outra... Pergunto-me o que mais falta acontecer...
E vou ser obrigada a ouvir a resposta.

terça-feira, 5 de maio de 2009

. Preciso morrer logo, ponto...
. Não há mais saídas; perdi a única coisa que me faria viver...
E, se penso em coisas que, talvez, quem sabe com muito, mas muito esforço, pudessem ajudar-me a continuar sobrevivendo, nada acaba valendo à pena por causa das minhas inúmeras dificuldades...
. Não tem como me drogar e deixar de sentir para sempre. Assim como a dor física vem no final, a emocional jorra. E fico cada vez pior, cada vez mais sozinha e fodida... Quem quer ser amiga de uma viciada-suicida-deprimida e sem porra nenhuma a oferecer? O que vou fazer?
. Pelo menos, atualmente, posso viver deprimida e passar os dias na cama - apesar dos pesares, há conforto - mas e depois? Absolutamente nada, NADA.
. Me parece burrice esperar para ver esse dia acontecer. E não agüento mais; o amor e a saudade corroem...
. O amor é, na verdade, a pior droga que há. Não acaba com seus neorônios e nariz, e sim com o coração e a mente. Como não se tem escolha, o jeito é anestesiar sempre que der. Covarde, eu sei. Mas se nem eu mesma me agüento, quem dirá outra pessoa?
. Todas as possibilidades se fecham, o tempo voa e continuo em coma - e, acreditem, um coma consciente dói para caralho. Já estou implorando de joelhos para a morte, mas tenho certeza do seguinte: eu sofri tudo que sofri, passei pelo que passei e tudo só piora. A morte adora esbarrar em cima, tirando sarro, dando-me esperanças, só para me lembrar que a ordem é agüentar. Doa o que dor - e piora dia após dias - sou obrigada a continuar e continuar... Fazê-lo com perfeição, tudo bem limpinho; cada pista que deixo do carcere de torturas que vivo, a dor é pior. Deixo pistas, e machucam os réfens. Isso é o pior. O que mais me faz sofrer é que me atinjam atráves de quem amo, e obviamente não sou a única a saber disso...
. Só quero, imploro, que isso termine...
. Nem meu corpo agüenta mais...
. O que preciso fazer, porra?

quarta-feira, 29 de abril de 2009

. Hemorragia interna, venha à mim! ù.ú

segunda-feira, 27 de abril de 2009

"Queria mais violência, violência até não poder mais. Me acustumei, talvez não consiga mais passar sem isso(...) A violência me mata, me estraga, me suja e se nutre de mim, mas com e por ela sobrevivo; dela me alimento."
. Culpa, culpa, culpa. Estou preenchida pela culpa. Quero sumir, desaparecer. "Você só fará os outros sofrerem" E é verdade. Queria entender a minha dependência tão extrema. Por mais que doa, sangre, exploda, por mais que o fim seja sempre o mesmo, tudo que quero é ficar anestesiada para sempre.
. Finalmente, a punição extrapolou os limites que posso suportar. Uma boa atriz, sempre. Mas por dentro...
Finalmente encontrei uma amiga maravilhosa, perfeita, brilhante. E como meus outros castigos não funcionam, me puno atráves dela. Machucando-a, dando-lhe péssimos exemplos. E mesmo sabendo disso, ainda desejo me afundar cada vez mais. Só quero pirar de vez, ter uma overdose em um beco sujo. Nem tenho mais onde cortar, nada mais para experimentar e esse vazio com dor me deixa louca. Tão sóbria. E sóbria vejo que consigui destruir o que mais prezo na vida, aliás, a única coisa que me mantém viva.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Sou tão entediante que, apesar de ter duas semanas sozinha em casa, não consigo pensar em nada que eu já não fizesse com gente em casa.
Merda.

terça-feira, 21 de abril de 2009

. Escrevi e escrevi, mas hoje estou cansada de ser eu mesma. Ou será que realmente estou morrendo, por fim? Sinto tanta, tanta dor, mas, assim como quando eu era criança e até 2007, não consigo liberá-la; não consigo chorar, não consigo me cortar, não consigo emocionar-me com os filmes e livros mais 'dramáticos' que consegui comprar... Faz tempo que não escrevo desse jeito: como um diário. Sempre tive a necessidade de ser impecável e pontual; nada de reticências e enrolações. Quem sabe, talvez, durante todo este mês - passou-me um mês? Mais? Menos? - eu tenha reaprendido a ficar sozinha. Talvez eu só precise ficar sozinha por mais tempo e tornar-me dura novamente, como sempre custumei ser. Ou isso, ou é o vazio tomando conta, uma vez mais. O tempo passa, mas só sei que ele está passando pelas milhares de pílulas que vão acabando...
E desespero-me com minha situação. Não por estar mal, afinal, sempre estive. Mas pelo limite. Os remédios fazem efeito por uma semana, no máximo dez dias; depois perdem o efeito. Assim, já cheguei ao máximo de milhares deles. Amanhã estarei tomando vinte pílulas, mas e aí? E quando acabarem-se as opções?
Penso que, entre essa maldição que carrego(distimia) e câncer, com certeza eu iria preferir ter câncer. Com câncer sofre-se muito, mas depois vem a morte; alivio. Com esta merda, sofra-se a vida inteira, e além de ser um sofrimento invisível, já que vou indo bem de saúde, também não é um sofrimento recompensado. Nós, amaldiçoados, somos obrigados a procurar a morte e sujar as mãos. Não vejo outro fim. E tenho razão: estou há dezoito anos, e regrido cada vez mais. É um preço grande demais a se pagar. Aposto que cada gênio que já morreu desse mal, amaldiçoava sua inteligência e, nem que fosse às vezes, desejava ser como todas as pessoas, das quais ele sempre custumava desprezar.
Eu não fiz nada. Nunca. Como em "Um Motivo para Viver", as pessoas não querem ver-me, não porque fiz algo ruim, mas simplesmente pelo que sou, pelo que tenho dentro de mim. "Minha mãe diz que nasci do pecado, minha tia diz que falo pelos olhos." Eu também não falo, nunca falei. E nunca fiz nada, além de ser eu mesma. E ser eu mesma é como se fosse uma bruxa, queimada na Inquisição porque as pessoas têm medo do que não conseguem compreender. Simples assim. E pisam nos outros, por medo de enfrentar a si próprias. É pura covardia, eu sei. E só não quero precisar de ninguém. Ninguém, ninguém, ninguém.
Antes eu reprimia tudo; na frente dos outros era uma rocha. Sou a melhor atriz que já conheci, às vezes engano a mim mesmo. E sempre enganei todos, mesmo os que estavam bem na minha frente. Exceto desta vez. Resolvi deixar um pedacinho aberto e, já era: a pessoa mais independente(em questão de afeto, caráter), virou a mais dependente. E acho, acho mesmo, que doa o que doer; quantos cortes eu tiver que fazer; quanto precisarei me dopar, qualquer coisa é melhor do que depender de alguém. Antes, sofria sozinha, mas sofria pelo passado, pelo presente, por ser quem sou. Depois de depender, sofro pelo passado, pelo presente, por ser quem sou; sofro por outra pessoa, sofro o que a outra pessoa me fez e faz, sofro a que a outra pessoa sofreu e sofre, sofro por não agüentar ficar sozinha comigo mesma. Sofro; "o silêncio me machuca por ele diz a verdade".
Quando se depende, a vida da pessoa de se depende passa a não ser só dela; tudo que a pessoa faz afeta diretamente o dependente. E áté que a dependência acabe, sempre vai afetar. Deve-se tomar cuidado antes de entregar-se inteira e dar sua alma e seu coração, pois há o risco de ficar vazia. Como estou agora.

domingo, 19 de abril de 2009

. "Estou tão cansada de estar aqui, reprimida por todos os meus medos infantis. E se você tiver que ir, eu desejo que você vá logo. Porque sua presença ainda permanece aqui, e isso não vai me deixar em paz. Essas feridas parecem não querer cicatrizar, essa dor é muito real. Isso é simplesmente muito mais do que o tempo não pode apagar. Quando você chorou eu enxuguei todas as suas lágrimas. Quando você gritou eu lutei contra todos os seus medos. Eu segurei a sua mão por todos esses anos. Mas você ainda tem tudo de mim. Você costumava me cativar, pela sua luz ressonante, agora eu estou limitada pela vida que você deixou para trás. Seu rosto assombra, todos os meus sonhos, que já foram agradáveis. Sua voz expulsou toda a sanidade em mim. Essas feridas parecem não querer cicatrizar, essa dor é muito real. Isso é simplesmente muito mais do que o tempo não pode apagar. Quando você chorou eu enxuguei todas as suas lágrimas. Quando você gritou eu lutei contra todos os seus medos. Eu segurei a sua mão por todos esses anos. Mas você ainda tem tudo de mim. Eu tentei com todas as forças dizer a mim mesma que você se foi, mas embora você ainda esteja comigo, eu tenho estado sozinha todo esse tempo.Quando você chorou eu enxuguei todas as suas lágrimas. Quando você gritou eu lutei contra todos os seus medos. Eu segurei a sua mão por todos esses anos. Mas você ainda tem tudo de mim..."

. Apenas de extremamente magoada, fodida, apesar de toda cortada, ainda estou aqui. Ainda falando, ainda chorando, ainda me preocupando, ainda sofrendo. Isso nunca teve valor algum. Sou apenas alguém para ser pisada, preciso agüentar. E agüentei todo esse tempo, embora saiba que ela, nem ninguém fará o mesmo por mim. Cada corte, cada lágrima. Doeu tanto... e eu continuo aqui.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Exaustão. Não vejo a hora que tudo acabe logo...
Só há mediocricidade em volta e é tudo completamente vazio, sem gosto, sem cor.
E arrependo-me muito de não ter ido quando tive chance.
Agora vou ter outra e preciso aproveitá-la.
Tevê, dormir, tevê, tevê, tevê, dormir, insônia, insônia, tevê, tevê. Nem meu curso alegra-me mais.
O livro que leio me deprime; a personagem principal tem tanto de mim que ninguém faria idéia. Já é ruim conviver comigo mesma, quem dirá ler-me. Fico aqui, o tempo todo sozinha e invisível, escrevendo para as paredes. É tudo sobrevivência. Só conheci a vida através do sofrimento e auto-destruição; depois pelo amor, mas o amor foi todo arrancado de mim e não tenho mais nada.
Só consigo fazer as coisas pelos outros, jamais por mim mesma, e agora não tenho ninguém para me doar, para que me faça sair da cama e sentir-me útil e indispensável. Isso ninguém vai compreender, mas é assim que é. Se não tenho amor, não sou nada. O amor foi a única coisa boa que conheci, a única coisa boa que senti, e a pessoa pela qual senti destruiu tudo que ainda tinha em mim; não tenho mais nada para dar ou oferecer. Pisou, cuspiu, esticou, largou, jogou fora. Tirou-me também, o único sentimento que fazia-me levantar, já que voltei a ficar invisível e inútil. E ninguém entende, ninguém entende. Ela não entende, ela cagou para o presente mais lindo que já consegui dar...
E continua cagando, continua magoando-me. E é de propósito, só mais um jogo, só mais um trófeu entre corações partidos. Foi fácil partir o meu, só tinha buracos remendados e abertos, e é fácil descosturas as coisas, mas, às vezes, é impossível colá-las de volta.
Não tenho utilidade, não tenho razão, mal sinto alguma coisa. Morrer é como comprar uma água. Faz, no mínimo, um mês que estou assim, um mês que ignoro todo mundo e olho tudo vazio; olho sem olhar. Só chorei uma vez, e não foi por sentir-me mal comigo mesmo ou pelo que alguém fez, mas por coisas bem acima disso. No resto, nem chorar consigo, nenhuma lágrima sai. E também não choro à seco. Apatia, engolir comprimidos. Apatia, cama. Apatia, um cigarro. Apatia, bebidas. Apatia, cortar-me toda, como se corta papel. Será que o papel sente dor? Eu não sinto; estou anestesiada.
Preciso sentir-me viva, e a única coisa que pode dar-me isso... aquelas carreiras branquinhas, brilhantes. E tudo sumiu em um passe de mágica, compro um coração de brinquedo.
. Seja forte nas suas decisões, seja forte nas suas decisões.
. Adoro a pureza, adoro o castigo. Adoro a proteção, adoro o macio. Adoro o selvagem, adoro o diferente. Adoro incesto e pedofilia consentida. Adoro sangue, odor, dor. Adoro o sufoco e adoro o alívio. Adoro o êxtase e adoro a ingenuidade. Adoro incesto, adoro o cuidado.
. Adoro a punição, adoro o saciamento. Adoro sentir-me viva, adoro morrer. Adoro interpretar, roubar e jogar. Adoro esconder e adoro ensinar.
. Adoro cinema, literatura, fotografia, música e teatro. Adoro me perder e adoro desafios. Adoro a coragem, adoro a persistência.
. Adoro a única coisa que liga tudo isso, a única que não posso adorar.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

. "Porque, como a Paulie disse, ela é a única pessoa que me amou de verdade, a única que me viu inteira; a única que não deixou-me ser invisível. É como um amor de mãe: por mais que o filho magoe, a mãe sempre está lá para qualquer coisa, e sempre vai amá-lo, não importa o quê. Ela me deu a vida e fez por mim mais do que qualquer pessoa sequer cogitaria em fazer. Ela se arriscou, viu todas as dificuldades, todas as merdas, e quis me dar crédito, quis ajudar e deixou de lado tudo que pôde. Isso é a única coisa que, desde criança, sempre esperei de alguém. Isso e deixar de ser invisível. Embora ela tenha arrancado tudo que me deu, ela deu. Não sou o tipo de pessoa que deixaria de se importar com quem amo, apesar de ter sido completamente ferida. Além disso, jamais alguém vai saber a metade da metade sobre mim. Se ela morrer, morro também, porque ela me tem dentro dela, vivo por ela e através dela. O sentido acabou e não há raiva, nem mágoa, que possa mudar isso."

. Raiva, raiva, raiva. Não importa o que eu faço, seja bom ou ruim, nunca vou deixar de ser invisível. É tudo vazio, o dinheiro compra tudo e nada mais importa. Egoísmo. Hipocresia. Que enfie no cu o seu "pode contar comigo". Se tento fazê-lo, se tento me aproximar, só ouço berros e críticas.

. E se fico bem, se acho algo que, pela primeira vez, eu realmente ame fazer, é tudo arrancado de mim. É só levantar para cair de novo. O pé sempre estará lá, pronto para fazer-me tropeçar. Simplesmente não vou agüentar, não quero, não posso. Já passei por muita, muita coisa. Estou desabando e a única pessoa que poderia me salvar, é justamente a que só me destrói. Tudo bem, morrer é como tomar um café, eu sempre soube que seria logo, só não queria que fosse na porra da única vez que sinto-me bem em fazer algo. "Menina má", é.
. "Aqui estou, então tente me perdoar, eu não acredito em conto de fadas. Aqui estamos nós com nada, exceto honestidade. Eu já cansei, eu não vou ficar. Me desculpe por correr assim desse jeito. E me desculpe, eu já fiz meu desejo. Ahaah, mas a Cinderela precisa ir! Me desculpe por apenas tentar viver minha vida, não se preocupe você vai ficar bem. Ah, mas a Cinderela precisa ir...! Você costuma dizer que me precisa, você me lançou no seu feitiço. Eu fiz tudo o que você quis que eu fizesse. Mas agora eu grito, primeiro suas razões, porque você mentiu para mim. Eu não serei cega. Meu amor não pode ser sacrificado.(...) Me desculpe por apenas tentar viver minha vida. Não se preocupe, você vai ficar bem. Ah, mas a Cinderela precisa ir!"
. "Fico sozinha em meu quarto, cada momento passando tão rapido. Assistindo as velas queimarem durante a noite. Caio no sonho, acordo e é tudo a mesma coisa, segundos mais velha, mas sozinha como uma criança. Se você apenas me der um sinal para viver e não morrer. Então eu poderia ver um pouco de luz, eu poderia achar parte de meus pensamentos. Eu não sei onde você está. Talvez perto ou talvez longe. Eu apenas preciso de um pouco de luz. Ouço o relogio tiquetaqueando, em uma vida que poderia ter signficado. Se eu pudesse achar a luz do amor em seus olhos. Ver milhões de pessoas todas tão solitarias. Mas nós não temos que estar sozinhos esta noite.Se eu pudesse ver um pouco de luz, se eu pudesse achar uma parte de mim. Se você apenas me der um sinal, eu poderia ver um pouco de luz. Eu não sei onde você está, talvez perto ou talvez longe. Eu poderia ver um pouco de luz. Se eu pudesse ver um pouco de luz, se eu pudesse ver um pouco de luz...Fico sozinha em me quarto, cada momento passando tão rápido, assistindo as velas queimarem durante a noite."
. Fujo, fujo desesperadamente; ela está sempre lá, perseguindo-me, encontrando alguém em que possa-se fazer presente. Ninguém a vê, mas está lá; à espreita, pronta para atacar. Não sei se a busco, não sei se dela desejo fugir; sei apenas que é o meu fim; destino precoce. Não há escolha, não há saída. Por fim, vejo que é como tudo que tenho na vida; ganho para perder. As drogas deixam-me em êxtase, mas tiram toda e qualquer sanidade ou respeito própio. O sangue alivia, mostra-me a vida que há em mim, mas logo pode esgotar-se. As pessoas vão e vêm; são as que mais me machucam, com tanto egoísmo e comodidade. E ela,ela... ela é um delírio louco, um desejo constante, algo que quero ter e, por mais que me sobrecarreguem de dor, não me dão como recompensa. E então, pela segunda vez, quero viver. E, pela segunda vez, toda a esperança é arrancada de mim; com minha alma, corpo, mente e coração. Sempre esperando, livrando-me dela por incontáveis vezes; deixando-me crer que sou invencível, apenas para terminar com um belo e cruel ato final. Um ato mortal.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

. Sou uma babaca mesmo... É tão ridículo ainda ter esperanças, ainda tentar fazer alguma coisa. É só levantar para cair de novo, é só conseguir alguma coisa para ela ser tirada de você. E continuo invisível. No fim, só posso contar com os malditos cortes e as drogas. Bem ou mal, sempre estarão aqui. Pelo menos voltei a chorar. Não sei o que é pior, sentir dor ou vazio. Quando se chega ao máximo de todos os remédios e não há quem se importe, ninguém com quem contar. Há um ano e meio atrás, entreguei minha alma ao diabo. E vocês sabem, o diabo é traiçoeiro. Promete, promete, você perde tudo esperando a recompensa e o jogo nunca termina. Ninguém pode ajudar nem ver, são só vocês dois. Se encarando, pisando em velhas feridas. Desistir de tudo que se tem não é suficiente, o único modo de se livrar é tirar a própia vida.

. Não, ninguém vai saber o que está acontecendo. Mas, seja o que for, vai terminar.

segunda-feira, 30 de março de 2009

. "Baby baby
Em nosso primeiro encontro eu nunca senti algo tão forte
Você era tipo meu amante e meu melhor amigo
Tudo embrulhado e com um laço em cima
E de repente, você foi embora
Eu não soube como seguir
É como um choque que me atingiu
E agora meu coração está morto
Eu me sinto tão vazia e oca
E eu nunca me entregarei para outra pessoa como me
entreguei para você
Você nem mesmo reconhece a forma como me magoou, não é?
Vai precisar de um milagre para me trazer de volta
E você é o culpado
E agora eu me sinto como....oh!
Você é a razão pela qual estou pensando
Eu não quero fumar mais estes cigarros
Eu acho que é isso que eu ganho pelos pensamentos ilusórios
Nunca deveria ter te deixado entrar pela minha porta
Da próxima vez que você quiser ir embora
Eu simplesmente deveria deixar você ir
Porque agora estou usando como eu sangro
É como se eu tivesse entrado num centro de reabilitação
E, querido, você é a minha doença
É como se eu tivesse entrado num centro de reabilitação
E, querido, você é a minha doença
Eu preciso entrar num centro de reabilitação
Porque, querido, você é a minha doença
Eu preciso entrar num centro de reabilitação
Porque, querido, você é a minha doença
Droga, não é uma loucura quando você está completamente apaixonada?
Você faria qualquer coisa por quem ama
Porque sempre que você precisasse de mim, eu estaria lá
É como se você fosse minha droga favorita
O único problema é que você estava me usando
De um modo diferente de como eu estava te usando
Mas agora que eu sei que não era para dar certo
Eu preciso ir, eu preciso me livrar de você
E eu nunca me entregarei para outra pessoa como me
entreguei para você
Você nem mesmo reconhece a forma como me magoou, não é?
Vai precisar de um milagre para me trazer de volta
E você é o culpado
E agora eu me sinto como....oh!
Você é a razão pela qual estou pensando
Eu não quero fumar mais estes cigarros
Eu acho que é isso que eu ganho pelos pensamentos ilusórios
Nunca deveria ter te deixado entrar pela minha porta
Da próxima vez que você quiser ir embora
Eu simplesmente deveria deixar você ir
Porque agora estou usando como eu sangro
É como se eu tivesse entrado num centro de reabilitação
E, querido, você é a minha doença
É como se eu tivesse entrado num centro de reabilitação
E, querido, você é a minha doença
Eu preciso entrar num centro de reabilitação
Porque, querido, você é a minha doença
Eu preciso entrar num centro de reabilitação
Porque, querido, você é a minha doença
Agora, garotas, me dêem isso...
Oh, oh, oh, oh, ohohoh, oh, oh, ohh
Agora me dêem isso...
Oh, oh, oh, oh, ohohoh, oh, oh, ohh
Minhas garotas me dêem isso...
Oh, oh, oh, oh, ohohoh, oh, oh, ohh
Agora me deem isso...
Oh, oh, oh, oh, ohohoh, oh, oh, ohh
Oh! Você é a razão pela qual estou pensando
Eu não quero fumar mais estes cigarros
Eu acho que é isso que eu ganho pelos pensamentos ilusórios
Nunca deveria ter te deixado entrar pela minha porta
Da próxima vez que você quiser ir embora
Eu simplesmente deveria deixar você ir
Porque agora estou usando como eu sangro
É como se eu tivesse entrado num centro de reabilitação
E, querido, você é a minha doença
É como se eu tivesse entrado num centro de reabilitação
E, querido, você é a minha doença
Eu preciso entrar num centro de reabilitação
Porque, querido, você é a minha doença
Eu preciso entrar num centro de reabilitação
Porque, querido, você é a minha doença"

. Sobre outra droga, é, nunca vou me reabilitar.

sábado, 28 de março de 2009

. "Bum bum be-dum bum bum be-dum bum
Bum bum be-dum bum bum be-dum bum
Bum bum be-dum bum bum be-dum bum
Bum bum be-dum bum bum be-dum bum
O que há de errado comigo?
Por que me sinto assim?
Estou enlouquecendo agora
Sem gasolina no tanque
Não consigo nem dar a partida
Nada ouvido, nada dito
Não se pode falar sobre
Sou uma luz na minha cabeça
Não quero pensar nisso
Sinto como se estivesse ficando louca
É um ladrão no meio da noite
Que chega e te pega
Pode arrastar-se para dentro de você
E te consumir
Uma doença da mente
Pode te controlar
É tão perto do conforto
Vista suas luzes verdes
Nós estamos na cidade das maravilhas
Não vou jogar limpo
Tome cuidado, você só pode ir por baixo
É melhor pensar duas vezes
Seu fluxo de pensamentos será alterado
Então se for errar, seja prudente
Sua mente está paranóica
É como a escuridão na luz
Paranóia
Estou te assustando essa noite?
Paranóia
Não é usado ao que você gosta
Paranóia
Paranóia
Bum bum be-dum bum bum be-dum bum
Bum bum be-dum bum bum be-dum bum
Bum bum be-dum bum bum be-dum bum
Bum bum be-dum bum bum be-dum bum
Retratos desbotados na parede
É como se eles falassem comigo
Telefonemas que não se completam
O telefone sequer toca
Eu tenho que sair
Ou resolver essa porcaria
É tão perto do conforto
É um ladrão no meio da noite
Que chega e te pega
Pode arrastar-se para dentro de você
E te consumir
Uma doença da mente
Pode te controlar
Eu me sinto como um monstro

Vista suas luzes verdes
Nós estamos na cidade das maravilhas
Não vou jogar limpo
Tome cuidado, você só pode ir por baixo
É melhor pensar duas vezes
Seu fluxo de pensamentos será alterado
Então se for errar, seja prudente
Sua mente está Paranóica
É como a escuridão na luz
Paranóia
Estou te assustando essa noite?
Paranóia
Não é mais como antes
Paranóia
Paranóia
Bum bum be-dum bum bum be-dum bum
Bum bum be-dum bum bum be-dum bum
Bum bum be-dum bum bum be-dum bum
Bum bum be-dum bum bum be-dum bum
Libere-me desta praga
Estou tentando continuar dócil

Mas estou me esforçando
Você não pode ir
Eu acho que estou indo
Vista suas luzes verdes
Nós estamos na cidade das maravilhas
Não vou jogar limpo
Tome cuidado, você só pode ir por baixo
É melhor pensar duas vezes
Seu fluxo de pensamentos será alterado
Então se for errar, seja prudente
Sua mente está paranóica
É como a escuridão na luz
Paranóia

Estou te assustando essa noite?
Paranóia
Não é mais como antes
Paranóia
Paranóia
Bum bum be-dum bum bum be-dum bum
Bum bum be-dum bum bum be-dum bum
Bum bum be-dum bum bum be-dum bum
Bum bum be-dum bum bum be-dum bum"


. Fases não existem.

terça-feira, 24 de março de 2009

. Sei, estou perdendo a razão. Sei, eu deveria escrever coisas interessantes, coisas publicáveis, como, por exemplo, a minha opinião sobre as pessoas e o mundo. Sobre o porquê de ser contra a gravidez e mais milhões de coisas. Mas quem se importa? Eu sempre imaginei que, se eu pudesse melhorar, pudesse ser escritora ou fazer qualquer coisa para mudar pelo menos uma pessoa, viver poderia vir a valher a pena. Só que todo mundo está cagando. Desde o começo. Quem se importou em cuidar e proteger uma criança? Quem percebeu toda a merda que envolvi a mim mesma? Quem ligou, contando que podesse foder, literalmente, com uma criança? Quem se importou em zoar a vida toda de uma garota estranha, por coisas que aconteceram e ela não pôde evitar? E agora, quem se importa? O dinheiro importa, a sanidade alheia importa. E eu, porra, quando é que alguém vai me enxergar? Egoísmo, ganância, auto-preservação, futilidades. Sim, odeio todos eles. Todo mundo sempre pisou em cima, mas jamais alguém se importou de verdade. Quando mais precisei de ajuda na vida, ouvi que estava fazend-a morrer, que sempre faria alguém sofrer. Então para que, para que continuar nesse ciclo vicioso? Depois, quando consegui confiar de novo e pedir ajuda, fui traída. Pela única pessoa que consegui amar de verdade. É tão absurdo continuar. Eu poderia, sei lá, publicar um grande livro e me matar em seguida, mas isso demoraria tanto... Nem sei o que digo, estou tão cansada... No fim, o blog não vai servir para nada. Não vai mudar nada. Talvez tomem coragem e explodam alguns lugares para matar uma porção de imbecis. Sim, eu gostaria disso.
. O pior é que, mesmo completamente deprimida, mal consigo raciocinar. Estou fora de mim. Só de pensar em pegar a lâmina e me cortar, meu corpo todo fica mole. Ou ficar sentada aqui. No entanto, sinto que o momento se aproxima e este blog não está cumprindo sua função. Poucos dias foram tão claros, quase não há mais medo. O alívio toma conta de tudo - posso fechar os olhos e me imaginar como a garota dos frangos, pendurada e morta. Ou pulando, como o aidético. Comprimidos, cortar os pulsos, respirar gás, ter uma overdose, qualquer coisa. Não vem ao caso. O que importa é que me dá paz.

. Paulie: ânsia, que ânsia sufocante que se apodera de mim! Sentir-te, até perder-me em mim; cheirar-te, até que nenhuma outra fragrância se oponha a sua; comer-te, até confundir nossas entranhas; beijar-te, até que roubes o rubor da minha face ensandecida...
Marie: e, depois que o mundo já não for mundo e minha alma já não for minha, estarei perdida entre brancas nuvens serenas ou o queimar lancinante que faz-nos renascer – punição eterna – ou, quem sabe, espectador da própia tragédia. Que dirá então, meio termo? Celas cinza, lisas, enfadonhas, apáticas; onde fica-se surdo dos pensamentos e cego dos sentidos...Quem há de suportar...?
Sophie: ergo-me; caio; ergo-me novamente – presa estou – enclausurada, acorrentada; ferida. Andei pelos três estágios da Morte, passei por cobras com olhos de rubi e águias de ouro. Fiz o que foi-me ordenado e continuo sem a resposta – valerá a pena?
Paulie: o que prende-me aqui? Que vínculos ainda há? E, por quem meu coração ainda clama? Desejo, anseio, grito até perder a voz; nada de decidir-me. O erro, cruel possibilidade, amarra-me, mais e mais. Ai de mim!
Marie: como pode dor tão cruel apoderar-se de mim? Deitar-me-ei.
Sophie: viajei e vi diversos caminhos, interligados e infinitos...Conheci a dor, conversei com a solidão, beijei a angústia; pelo outro lado, abracei o alívio e despedi-me da culpa. Voei por altas montanhas e, vendo a vida por cima, blasfemei Deus. Mergulhei em um rio transparente que, sem nada pedir em troca, curou-me os flagelos; a bondade não se extinguiu por completo. No balanço final, quando o vento perguntou-me se nada havia a perder, emudeci; perdi a voz.
Marie: levante-se, levante-se, ainda há esperanças!
Paulie: deixe-me, vá embora! Perdi-me nas minhas nuances, apaguei-me no meu próprio sangue e, no bombear do meu coração, insensível sou a qualquer minúscula gota de vida. Apunhalar-me-ia, caso houvesse certezas...
Sophie: perdi, por fim, a imaginação e o vazio e a apatia apoderam-se de mim. Nada mais vejo nos meus delírios e, com o último gole, entregar-me-ei ao mistério!
Marie: sim, apenas um gole! Veneno este tão doce que, finalmente, trará a paz.
Paulie: liberto-me! Voarei pelo infinito; livre! Destruindo a mim, destruirei também os incontáveis demônios que fazem-me definhar e, por fim, estarei só!

segunda-feira, 23 de março de 2009

. Existe uma estrada cheia de buracos, toda enlameada, escorregadia e com partes faltando. Uma pessoa, completamente sozinha, começa a escalá-la. É difícil, dura muito tempo e a pessoa não tem ajuda alguma. Toda hora ela cai, se machuca, mas continua subindo, continua insistindo. Em um certo ponto, suas forças acabam, mas, ainda assim, a pessoa resolve tentar mais um pouquinho. Finalmente, ela encontra um pedaço livre e bonito;quase sem obstáculos. Então se dá esperanças e segue em frente. Tudo é tão lindo e parece que os inúmeros obstáculos ficaram bem para trás. De repente, encantada pela paisagem, a pessoa não consegue enxergar um pé esticado no meio do caminho. Ela cai e rola estrada abaixo, sabendo que foi proposital, sabendo que precisaria recomeçar tudo outra vez. E recomeça, porém, sempre naquele mesmo ponto, sempre depois do alívio de esquecer toda a dor, ela é empurrada novamente. É proposital, pode-se ouvir as risadas. Finalmente, as forças terminam e a pessoa desiste. Sabe que não há outro caminho, que não há ninguém, exceto pessoas que vão derrubá-la hora após horas. Ela é invisível.

domingo, 22 de março de 2009

. Como odeio as pessoas... Sinto desprezo por precisar delas, desprezo de mim mesma. Está todo mundo cagando para todo mundo. Um show, uma festa, ficar com alguém, tudo é mais importante do quer o mínimo de consideração por alguém. Principalmente se diz amar este alguém. E cometo o mesmo erro. De novo, de novo, de novo. Tudo que queria é parar de ser tão imbecil, tudo que fazem é aproveitar da minha generosinade e vulnerabilidade para, depois que conseguem outra pessoa com mais a oferecer, ferrarem com você e com tudo que foi dado. Te deixam sem porra nenhuma e a única vontade é morrer de uma vez para não recomeçar esta merda. Só queria não sentir nada por ninguém, conseguir ficar sozinha. Mas a solidão só me destrói. E as pessoas só me destroem. Não há nada a se fazer...
. Às vezes me escondo tanto, que chego a me proteger de mim mesma e deixo de vir postar, não consigo decidir-me se posso ou não me dar. Estou fugindo o tempo todo, isso cansa muito, me esgota, acaba com todas as minhas forças. Sou tão contraditória que mal posso suportar eu mesma. Porque quero fugir, mas quero que alguém me enxergue de verdade. Quero sofrer muito, mas quero tanto ser feliz. Quero tanto, tanto, tanto um amigo que seja... mas, se consigo, estrago tudo. "Você sempre fará as outras sofrerem." A verdade é que nunca quis machucar alguém, mas só o que fizeram foi machucar-me. A lição que aprendi melhor na vida é que esperança é o pior sentimento que se pode ter. Você acredita, e acredita de novo, de novo e uma vez mais. Para te desapontarem, para todos irem embora. Gostar de alguém me deixa em pânico. Quanto mais eu gostar, quanto mais eu me doar, mais me desaponto e fico sem nada. Aliás, eu nem sei se ainda há algo para dar. A única coisa que tenho certeza é que ninguém é confiável, que mostrar-se vulnerável é a coisa mais idiota a se fazer e que palavras são apenas palavras. Promessas não passam de promessas. Sempre existe uma sobremesa mais gostosa, sempre existe alguém mais importante. Meu maior erro, como já disse, é esperar dos outros as atitudes que eu teria. Acontece que isso não ocorre, e se não ocorre, como posso deixar alguém chegar perto? Não tenho problemas em me doar e, sim, posso cobrar demais, mas tudo me parece tão errado. E ao mesmo tempo que tudo o que quero é respirar, me prendo cada vez mais. Ao mesmo tempo que o mais desejo é ter amigos, não consigo mantê-los. Porque sei que, para mim, o fim vai ser sempre o mesmo e eu simplesmente não suporto passar por isso outra vez...

segunda-feira, 16 de março de 2009

sexta-feira, 13 de março de 2009

Correntes...

. Preciso fugir, preciso me livrar destas correntes. Estão perseguindo-me. Membro e membro, passo a passo; cada respiração sôfrega. Não há onde se esconder e tudo é escuro, querem matar-me, querem dissecar-me e descobrir como funciona o cérebro de um mostro - o meu cérebro. Querem arrancar pedaço por pedaço, quem sabe não tenho um gosto gostoso, apesar de todo o exterior? Desespero-me, estou só, vejo vultos e não sei se são reais. São meus própios vultos? Ninguém pode me ajudar, querem destruir-me para que ninguém mais precise me ver.
. Vejo uma faca, uma foice, um martelo. Com o martelo, meus membros serão retirados. Não há nada para ver, há? Peço socorro, mas morri. Estou morta.
. E eu mesma me matei.

quinta-feira, 12 de março de 2009

. "Nunca ganho em primeiro lugar, eu não apoio o time. Eu não posso assumir a direção e as minha meias nunca estão limpas. Professores me namoraram, meu pais me odiaram. Eu estava sempre em uma briga porque eu não posso fazer nada certo. Todo dia eu luto uma guerra contra o espelho. Eu não posso assumir a pessoa me encarando de volta. Eu sou um risco pra mim mesma. Não deixa eu me pegar, eu sou o meu pior inimigo. É ruim quando voce nao suporta a si mesmo, é tão irritante. Não quero mais ser minha amiga, eu quero ser qualquer outra pessoa. Eu quero ser qualquer outra pessoa. LA(Los Angeles) me disse: você vai ser uma estrela , tudo que voce tem que mudar é tudo que você é. Cansada de ser comparada com a "merda" da Britney Spears, ela é tão linda. Isso é tudo que eu nao sou. Então, doutor,doutor - você não quer por favor me receitar alguma coisa?Um dia na vida de qualquer outra pessoa? Não deixa eu me pegar. Ohhh, eu sou um perigo pra mim mesma, yeah. Não deixa eu me pegar. Eu sou meu pior inimigo. É ruim quando vc não se suporta você mesma. Tão irritante(tão irritante). Não quero mais ser minha amiga. Não, não, quero ser qualquer outra pessoa. Não deixa eu me pegar(não deixa), (não deixa). E sou meu pior inimigo(não deixa eu me pegar). É ruim quando você não se suporta(é ruim, tão ruim). Tão irritante. Não quero mais ser minha amiga(Como?). Eu quero ser qualquer outra pessoa. Não deixa eu me pegar, não deixa eu me pegar. Eu sou meu pior inimigo."

. Sim, é tão ruim ser eu mesma. E o pior: é tão ruim ser as máscaras também. Não importa o que eu faça, jamais serei outra pessoa, nada vai poder limpar tudo isso. Nada. Nunca. Uma maldição, uma aberração, um grande problema. Elefantes rosas que ninguém vê. Tão berrante, com tantas marcas. Menininha doente. Doença só serve quando é física. Só se pode cuidar de algo tocável, se eu tivesse morrido, talvez recebesse flores. E eu só me odeio, sempre implorei a morte, sempre cheguei em extremos e ninguém jamais viu nada disso. Ninguém me viu cair... E agora, me seguraram de uma outra queda, apenas para ver-me caindo de um lugar mais algo, em um chão mais doloroso. E eu procuro motivos, procuro por mim mesma. E tudo que encontro são cortes horríveis, tudo que encontro é vazio. Dou-me corda, mais uma vez, por outra pessoa. E isso é bom, isso me mantém viva, a sobrevivência também pode ter marcas. Eu posso ser quem eu quiser, fazer o que quiser, exceto fugir de mim mesmo e do monstro que aperfeiçoei por tantos anos... E eu não sei, eu duvido, que qualquer pessoa um dia vá me ver de verdade. Vou me proteger de todos os jeitos. POr melhor que eu possa ser, por melhor que o Erick tenha sido, não é nada disso que importa. E continuo me mutilando inteira, continuo procurando. Sem na verdade nem saber o que...
. "Anjo cintilante, eu acreditei que tu eras o meu salvador quando eu mais precisava. Cegada pela fé, eu não consegui ouvir todos os sussurros, os avisos tão claros. Eu vejo os anjos, eu os guiarei até sua porta. Agora não há como fugir, piedade nunca mais. Sem remorso porque eu ainda me lembro do sorriso quando tu me rasgastes em pedaços. Tu levastes o meu coração, enganai-me desde o começo, mostrasta-me os sonhos e eu desejei que eles se tornassem realidade. Quebras-te a promessa e fizeste-me perceber que tudo era mentira. Anjo cintilante, eu não consegui ver suas intenções sombrias, seus sentimentos por mim. Anjo caído, conte-me o porque? Qual a razão da aflição nos seus olhos? Eu vejo os anjos, eu os guiarei até sua porta. Agora não há como fugir, piedade nunca mais. Sem remorso porque eu ainda me lembro do sorriso quando tu rasgaste-me em pedaços. Tu levaste meu coração, enganaste-me desde o começo, mostraste-me os sonhos e eu desejei que eles se tornassem realidade. Quebraste a promessa e fizeste-me perceber que tudo era mentira. Poderia ter sido para sempre, agora nós chegamos ao fim. Esse mundo pode te ter abandonado, isso não justifica o porque. Poderias ter escolhido um outro caminho na tua vida. O sorriso quando me rasgaste em pedaços."

. O sorriso quando me rasgaste em pedaços. Falsos "eu te amo" por trás de mentiras frias e calculistas, todo o drama, todas as certezas. Toda a culpa. E eu me mostrei inteira; desnudei por completo meu corpo, minha alma. Entreguei meu coração e fui cega. Eu devia saber. Devia saber porque, na verdade, sempre soube. Sempre lutei contra e, completamente frágil, fui um alvo fácil. Mais um alvo fácil, que grande coleção! Corações trancafiados no armário, cadáveres apodrecendo, mentes destruídas, cérebros dissecados. Machucar para não ser machucada. Por que me desaponto? É simplesmente o habitual egoísmo humano, por quê seria diferente? Falta caráter, muito caráter, falta tudo...
. E, o pior de tudo, é saber que, como sempre, a culpa cai em cima de mim e me devora. Viva. Viva? Desde o começo deste jogo - porque foi um jogo - eu sabia, deveria saber, que jamais dá para baixar a guarda. "Se defender sempre". Agora é tarde demais, dei tudo que eu tinha e perdi qualquer resquício de esperança. Continuar sobrevivendo...
Sobrevivendo vazia, sobrevivendo apesar por ver o sangue que não para de correr. O sangue é a única coisa que restou.
. A apatia toma conta, por mais que eu queira ser forte. Quero um lugar seguro... Um lugar que, se for para ser invisível, que eu seja invisível de verdade; sem máscaras, sem me esconder o tempo todo. Habituar-me-ia com a solidão e sairia das casca, poderia libertar tudo e conviver em paz com os meus demônios. Eu estou só, mas não estou só. E se for para estar só, que seja no seu real sentido. Sou invisível, mas não sou invisível; me odeio, mas me amo; quero morrer, mas estou viva; quero me esconder, mas preciso inventar uma forma qualquer de me mostrar, nem que seja monstrando máscaras das própias máscaras.
. É preciso fugir porque não há em quem confiar, sempre segundas intenções, sempre uma neorose. Ter esperança é se desapontar, confiar é se desapontar mais ainda. Nunca mais quero correr este risco. Confiei pela primeira vez na vida e fui traída, pisada; amei pela primeira vez da vida e roubaram os restos do meu coração...
Agora acabou, não serei mais eu a ser machucada.

sexta-feira, 6 de março de 2009

...

. Tudo que quero é morrer de uma vez, agora, imediatamente. Não agüento mais. Eu acreditei, eu me dei inteira, despi-me da cabeça aos pés. Vivi, abri meu coração, confiei pela primeira vez na vida. E fui traída em tudo, fui pisada, massacrada e estou completamente sozinha, completamente perdida. E é tudo minha culpa. Eu sabia, eu sabia que não deveria ter confiado, não deveria ter deixado ninguém ver-me de verdade...

Caindo...

. Eu tentei, juro que tentei. Anos e anos, sozinha, com o peso do mundo sobre os ombros. Ninguém me estendeu a mão, ninguém secou minhas lágrimas. Fui pressionada, amordaçada, torturada, presa, despedaçada. E agora estou caindo... E a luz se apagou, todas as portas se fecharam. Sozinha eu vim, sozinha eu vou. Sempre sozinha, mesmo sem sozinha estar. Dor e castigo; única companhia. Agora eu sei, sei que mesmo para uma menina má, o preço a se pagar é grande demais. Pesado demais. E agora estou caindo...
Perdoem-me, agüentei mais que o possível. Mesmo toda cortada, procurei costurar pequenos pedaços. Mesmo doente, procurei engolir todas as pílulas. Mesmo vazia, procurei uma luz. Mesmo sozinha, procurei não cair. Mesmo andando por caminho sem trilha, procurei não me perder. E fui juntando os pedregulhos. Mas estou caindo...
Estou caindo e ainda que tenha construído tudo que foi possível, não sou mais capaz. Não posso mais costumar, engolir, procurar, levantar, encontrar. Lutei com unhas e dentes e perdi. Tiraram-me minhas últimas armas. Vão me tirar a minha proteção. E sem chão, estou caindo. Sem ar, sinto-me asfixiada. Sem ossos, não posso ficar de pé. Sem amor, não posso viver.
Meu sangue ainda cai, meu ar ainda enche os pulmões, minha alma está morta e meu coração não encontra motivos para bater. A dor está me consumindo, me sufocando. Meu corpo grita por liberdade, meus sentidos gritam por sanidade. Tudo aponta para o mesmo caminho e já não posso mais. Perdi o ânimo, perdi a vontade, perdi a visão. De algum modo, perdi minha cabeça.
E ninguém pode entender, ninguém vai estender a mão. Não vai ficar tudo bem e palavras já não me servem mais. Sozinha estou, sozinha sempre estarei. Esta maldição será eterna. Não vou mais perder. Com o último gole, vou triunfar. Não preciso passar por isso, não quero, não posso. Não agüentarei. E vou sucumbir. Vou sucumbir, porque estou caindo...

Distimia.

. Que não me joguem pedras, mas a depressão é a pior doença do mundo. Não se pode tocar, não se pode sentir nem cheirar. Só está lá, enlouquecendo e se fazendo presente o tempo inteiro. Não tem remédio, não tem desgraça pior. É a doença dos amaldiçoados e incompreensíveis. Insanidade, fundo do poço.

Se fosse uma gripe, seria normal não ter vontade de sair da cama e ninguém acharia que é preguiça. Se fosse uma doença mortal, não seria problema querer morrer logo. Definhar seria tocável e visível. Se fosse qualquer coisa que explicasse as lágrimas constantes, a apatia que toma conta. Se fosse uma tragédia, algo que explicasse a incapacidade que dar amor, carinho, de fazer qualquer coisa. Se fossem as pernas amputadas e se houvesse um motivo para ter pânico de sair de casa e das pessoas. Qualquer coisa palpável, qualquer coisa que pudessem compreender.

Não se deseja morrer quando se tem tudo, não se pode desistir se alguém depende de você, há sempre tragédias piores e sempre, sempre, alguém vai abrir a janela e mostrar como o mundo é lindo lá fora. Mas os olhos são vendados e é tudo escuro, ouve-se mal e as pernas não conseguem se mexer;o corpo está exausto e o cérebro nem se lembra mais como funcionar. Procura-se motivos para o desespero e, no final, é sempre culpa da maldita serotonina.

Quando uma porta se abre duas se fecham, tudo que desce cai, menos na depressão. Na depressão, não há saída por mais que se procure, a luz no fim do túnel é inalcançável e o fundo do poço é sempre mais embaixo.

. OBS: é um texto, copiei de um blogger meu antigo e deu preguiça de ajeitar...

quinta-feira, 5 de março de 2009

Camaleão.

. Um camaleão; é isso que sou. Metamorfose. Refúgio; solução. E, ainda assim, sempre a mesma. – a reconfortando certeza que, mesmo em constante mudança, sempre serei eu, ainda que talvez, e quase certamente, ninguém conheça este eu. O único eu. O eu sem refúgios, sem máscaras. O eu que mora preso, trancafiado em um castelo fechado a sete chaves. Segurança!
Entretanto, pergunto-lhe novamente: será que algum dia sua segurança trará tranqüilidade? Você, finalmente, nos dará paz?
Desista! Já não há esperança. Nem para você, nem tampouco para mim.
Não, querida, não chore. Estamos sozinhas. Sozinhas! Não, não chore mais. De quem você precisaria? Nós nos bastamos, entenda. Você conseguiu! Conseguiu. Conseguiu...Sim, entendo, a alegria de ter conseguido já se foi; é a dor. A dor, profunda, lancinante, inefável; hóspede indesejável, e, no entanto, sempre presente. Sempre. Claro, posso sentir. Posso sentir em cada batida sôfrega do seu coração; posso sentir sua alma morta – nossa alma – pronta, enfim, para queimar de uma vez. Antes, porém, vá juntar seus cacos. Não posso fazê-lo por você, sabe disso. Por fim, não nos esqueça para trás, já que, e lembre-se disso, eu sou você e você sou eu. E estamos sozinhos.

Contradições.

. Cheia, até a cabeça. Dor. Que vai, que volta; e me consome inteira, sempre. É isso que sou,com uma casca repleta de arrogância. A felicidade, casualidade.Mas não, esta não é uma boa apresentação. No entanto, como apresentar um camaleão? Extremos. E depois, não contaria a verdade. Porque é o que sou: um poço de falsidade. Que, porém, transborda violência; destruição.E a solidão, então. E o porquê...O porquê que se esconde; se camufla. Tudo sou eu: nada. Nada. Sou nada!...O branco do nada contrastando com o negro; alma. E o sangue que jorra, alucinação. E as palavras...Que também jorram; sangue. O quebra cabeça sem peças, em êxtase. Sinto...Sinto, sem sentir. E sem sentir, sobrevivo. No estupro; corpo corroído. Folha em branco - vazio. E que certeza, anabalável, de já não ser eu.

Desprezo...

. Por mais que doa, tem certas coisas que sempre serão verdade. Uma delas, sem dúvida, é que por mais que uma pessoa diga que você sempre poderá contar com ela, na prática nunca é verdade. Nunca. Pode-se sempre contar com a dor, angústia, vazio, solidão, cortes, drogas, mas com pessoas... é tudo egoísmo, tudo auto-preservação. Se tudo está mal, então está mal, se tudo está bem, até que está mal. E enquanto tudo está bem, tudo está bem, enquanto existe algo para render para eles própios, ótimo. E depois?
. Eu tenho desprezo por isso. Há cada dia que passa, odeio mais as pessoas. Quero não me importar e acabo me importando, a tristeza sempre é maior que a raiva... Como já disse aqui, sempre fui invisível, continuo sendo, já devia estar habituada com isso há muito tempo. Me corto a noite toda, tentando ver se as manchas de sangue serão visíveis, mas acho de nada que tem haver comigo jamais será visível. "Você vai fazer as pessoas sofrerem pelo resto da vida". E faço, inclusive por ser quem sou... mas, ainda assim, creio que "amigos de verdade" deviam estar acima de tudo isso, acima de qualquer coisa. Engano-me. Mas não ficarei com alguém apenas por estar sozinha... Já consegui agüentar por anos a fio, dessa vez é só fechar os restos do meu coração com milhões de chaves impossíveis de abrir, correntes e tudo mais que for preciso. Ele era assim, fui abri-lo e estou morrendo de tanto desespero... Não cometerei o mesmo erro novamente. Preciso repetir todo segundo para mim mesma que quase ninguém vale nada, que o egoísmo sempre predomina, que não dá para esperar que ninguém tenha a atitude que eu teria. Ninguém jamais vai ter, isso é a maior certeza que tenho. É só repetir, é só repetir.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Mojô.

. Tinha escrito um texto gigantesco sobre algo importantíssimo para mim, mas o blogger deu erro e perdi tudo, então antes de reescrevê-lo, vou falar sobre um filme que vi hoje.
. "Cega Obsessão"
Palpável, tocante, sensacional do começo ao fim. O filme mostra - e diz - exatamente como é a obsessão, compulsão, angústia e a culpa. Não é um filme para ser visto, mas para ser tocado, tateado, explorado. O fundo do poço é sempre mais embaixo, a dor nunca é suficiente e, quanto mais se sofre, mais se quer sofrer. Cada novo passo, caminho sem volta; sensações perdidas para sempre. O preço jamais é alto demais e nunca, nunca para. Dor prazerosa, dor alucinante, angústia incurável. O nervoso precisa passar, se a pele coça, deve ser coçada. Se dói, precisa doer mais. Se o limite não se estende mais, é sempre possível dar-se um jeito. Sempre há mais e mais e mais há ser sentido. E sentir com a alma não é suficiente, é muito pouco, nada. Não alivia, fica-se apático. Cortar-se para ver-se vivo, sangrar para conseguir sentir que ainda há algo lá dentro. Algo que precisa ser posto para fora. Urgentemente. Para habituar-se, fica-se cego de tudo, surdo, mudo, imóvel. Apenas sentir. Apenas sentir importa. Mas não há muito para ser sentido, a culpa é sempre maior de tudo, a culpa invade tudo e o tudo precisa invadir a culpa. E, se há culpa, a dor jamais será suficiente. Quando aprende-se a sentir, sentir de verdade, nada jamais será a mesma coisa.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Desvários.

. Já morri mil vezes, mas continuo invisível. Gritei, berrei, chorei, me mutilei inteira, dei cada pedacinho meu, deixei que arrancasem-me toda a sanidade que um dia posso ter tido. Fui leal, fui honesta, fui a melhor pessoa que alguém poderia desejar. Fui quem me pedissem para ser. Sou o que me pedem para ser. Já tentei tudo que poderia tentar, com meu sangue, com minha alma, com meu coração, com a medicina. Eu me culpo, me culpo, me culpo. Passo horas e horas e horas deitada, tentando que minha corpo se junte com minha mente morta, mas ninguém vê isso, ninguém vê nada. É tudo egoísmo, é tudo auto-preservação, é tudo fundo do poço. DEixar uma criança se vender, matar uma família inteira, matar pela cor, deixar que eu me destruísse dos pés à cabeça, e daí. E daí? Ninguém quer ver nada, as pessoas apenas enxergam. Só querem dinheiro, só querem sua própia paz. Os loucos, os doentes mentais, os pobres, devem ser jogados à margem. Pergunto-me quem é são. Eu sou louca. Meu Deus, eu sou louca? Eu sou louca por ser capaz de dizer a verdade, sou louca por enxergar além do que se vê, sou louca por achar injusto, sou louca por punir-me por erros que não foram meus? Isso me sufoca e, dia após dia, falta-me ar, di a pós dia, só desejo que alguém me veja de verdade. Quem diz que consegue fazê-lo, nunca será capaz de dar-me o que preciso. Ninguém nem nada serão. Porque tudo que vejo é dor, dor, dor. Tudo que vejo são milhares de pessoas robóticas, pessoas que fizeram lavagem cerebral e acham que tudo é normal, que o mundo não está virado de cabeça para baixo.
As "boas pessoas", escondem suas falhas com seus sorrisos falsos e vão, dia após dia, viver a mesma rotina, passar pelas mesmas coisas, mas sem jamais enxergarem nada. Ali tem um bêbado, logo ali tem uma criança cega pedindo esmola e, logo adiante, tem uma mulher morrendo, mas que precisa criar dez filhos sozinha. E daí? Tem-se dinheiro e um sobrenome importante? Ótimo! Porque, atualmente, estes são os únicos sinônimos de caráter que deveriam aparecer nos dicionários.
. E eu escrevo, escrevo, mas continuo dizendo: e daí? e muito triste, não é? mas tenho meus própios problemas, por que perderia meu tempo ajudando-a? São apenas doenças mentais, isso se supera todo dia. E eu só queria nessas horas, do fundo do coração, que essas pessoas sofressem tanto para se cortarem inteiras, sem ver o sangue, sem sentir a dor, sem pensar. Eu só queria que, por um minuto que fosse, elas sentissem o coração rasgar-se de tanta dor e depois ser inundado de vazio e apatia. Só queria que, por um dia que fosse, elas sentissem como é ir à esquina e perder o ar, perder o chão de tanto pânico. Queria que pudessem entender, uma vez só, o que é ser incapaz de sair da cama para beber um copo d'água e ter tanto pânico das pessoas ao ponto de passar fome para não precisar falar com a lanchonete. Você não tem jeito, se é o que quer, vamos deixá-la no quarto para sempre e só entraremos lá para limpá-lo, você precisa agüentar, precisa se esforçar. Acontece que ninguém me dá chance alguma, é pressão de todo lado, cobrança de todo lado, briga de todo lado. Se está bem, está bem. Se está bem, até que está mau. Eu não devo pedir nada, não devo pedir que qualquer pessoa entenda. Sou sempre um caso perdido e profunda demais para qualquer esforço, além do maldito dinheiro, ser válido. Só sei que eu espero que as pessoas tomem a atitude que eu tomaria. Mas jamais vai acontecer. Porque, até entre iguais, sou diferente. Uma aberração, não tire a maldita máscara! Até entre os outros, estou sempre pior, estou sempre igual. Estou sempre pensando, estou sempre querendo ser eu mesma. E, até hoje, ser eu mesma afastou cada pessoa que já tentei algo. Eu devo me esconder, eu devo aceitar a vida que me foi imposta, devo carregar minha maldição. É o que se espera, ninguém pode me ajudar do jeito que eu preciso agora, ninguém. Nunca fui a prioridade, nunca serei, tenho de, como bilhões de rôbos, simplesmente contentar-me com o que preciso ser. Não há escapatória, já tentei ficar por amor e o amor foi-me devolvid, já tentei arrumar amigos, mas nada vai servir, ninguém pode ser minha babá. Simplesmente preciso o que precisei desde a infância e sempre foi-me negado: carinho, amor, preocupação, limites, apoio, suporte, companhia. Mas sou demais, sou um fardo grande demais, um peso que nem o mais forte poderia carregar. E já não agüento carregar-me sozinha...
. Se tirou a máscara, deve pertencer-me para sempre. Você me viu e não há mais volta. Não há mais volta...

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Menina Má

. Menina má. Muito, muito má. E meninas más devem pagar. Meninas más devem ser castigadas. Devem pagar com sangue, dor, sacrifício.
Sou uma menina má. Má, má, má. Devo dar tudo de mim; obediência e sacrifício.
Mais do que carnal, devo dar minha paz e clareza. E toda, toda a sanidade que ainda restar.
Um por um, vão me tirar tudo que é importante. Um por um, devo queimar até estar completamente vazia.
E mesmo vazia, a ordem é sobrevivência. Mesmo sem sangue, mesmo sem ossos, devo prosseguir. Um rosto vazio, um corpo vazio. Mente vazia e, Oh, meu Deus! estão arrancando meu coração.
O que fazemos é trazer sofrimento e o que devemos fazer é sofrer ainda mais. Tudo que vai, volta. Tudo que sobe, desce.
Matar, matar, morrer. Morrer é a tarefa diária. Matar, um passatempo.
Com olhos furados, não há nada para ver. Enterrada, não há nada a dizer. Presa, o que se pode fazer?
Obsessão, compulsão. Maníaca, escrava. Escrava particular. Escrava que não sente, não vê, não fala, não toca. Robótica boneca de pano. De pano, em pedaços.
Partida, cortada; moída. Estilhaços.
E quem compreende alguém sem alma?
Quem poderia compreender uma menina má?
Uma menina má. Ordem final: morrer, matar.

(...)

. Nem consigo digitar, minhas mãos tremem e tudo que quero é destruir-me de uma vez...
Queria cortar cada pedacinho do meu corpo, queria atear fogo em mim mesma, queria chorar e chorar, mas tudo que consigo agora é me cortar, sem ao menos sentir...
. Sou repulsiva, sou um lixo desprezível; devia cobrir-me de máscaras(as de verdade), deveria escorder-me em um porão escuro e esperar a morte chegar. Porque, no fundo, é o que vai acabar acontecendo: vou continuar sofrendo, continuar só desejando morrer, mas o castigo é justamente agüentar. Seguir as ordens, seja forte, você e uma menina má e meninas más precisam pagar. Com o própio coração.
. Há tantas opiniões a serem ditas, tanta coisa que eu poderia dizer e, caso alguém lesse, conseguir pensar melhor sobre as coisas e tomar deciçõees melhores. Mas sou assim mesmo, às vezes não quero sair da cama por dias a dias e outras quero fazer tudo de uma vez, não deixar nada depois. "Vamos com calma, just for a day, devagarinho", você diz uma pessoa que admiro muito.
. Hoje, no intuito egoísta de sofrer menos, colocarei citações.

. "Eu não tenho mais a paixão, então lembrem: é melhor queimar de uma vez do que apagar-se aos poucos.."

. "Ninguém é responsável pelo seu nascimento, cada um é livre de escolher a morte, portanto de rejeitar o fardo que recebeu sem o ter pedido."
. "Queria mais violência, violência até não poder mais. Me acustumei, talvez não consiga mais passar sem isso(...) A violência me mata, me estraga, me suja e se nutre de mim, mas com e por ela sobrevivo; dela me alimento."


. "Talvez me machucasse, me machucar talvez sim. E não porque isso me dê prazer, mas porque quero me punir de alguma maneira. Mas como é que faço para me punir e me amar ao mesmo tempo? É uma contradição, eu sei. Mas nunca o amor e o ódio estiveram tão perto, tão cúmplices, tão dentro de mim."

. "Passei todos esses anos me arrastando, carregando nos ombros a minha incapacidade de me adaptar ao mundo; só vejo mediocricidade ao meu redor e só a idéia de sair já faz com que eu me sinta mal."
. . "Eu gostava dos extremos porque não eram reais e a vida normal me entediava."

. "Descobri nas facas, nos estiletes, nos dentes de pentes, nas tesouras, nas giletes, nos tic-tacs de cabelo, nas pinças ou em qualquer objeto com ponta uma heroína instantânea. Quando o sangue jorrava dos meus braços, a pele doía, e quando a pele doía, ela amenizava a dor que minha mente e meu coração estavam contemplando. Em um impulso compulsivo, eu transformava a dor emocional rapidamente em dor física — o que é muito mais fácil de agüentar."

." A felicidade, em pessoas inteligentes, é a coisa mais rara que conheço."

. "Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais fortes, das drogas mais poderosas. Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos. Você pode até me empurrar de um penhasco, que eu vou dizer, e daí? Eu adoro voar!"

. "Lanço-me para dentro da casa secreta!"


. “As aulas nublam a mente e destroem toda a criatividade autêntica”.


. “Me ame quando eu menos merecer, pois é quando mais preciso.”

. “A arte existe para a verdade não nos destrua.”

. “Nunca ande pelo caminho traçado, pois ele conduz apenas onde outros já foram.”

. “Tudo que quero na vida é uma chance de nascer de novo.”

. “Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Só não estou absolutamente certo sobre a primeira.”

. “O segredo do sucesso, não sei. O do fracasso é querer agradar a todos.”

. “Uma opinião é a coisa mais barata que existe no mundo.”

. “Você pode até arrancar uma flor, mas não pode impedir a primavera.”

. "Pessoas inteligentes discutem idéias. Pessoas medianas discutem fatos. E pessoas medíocres discutem pessoas.”

. “Viver é desenhar sem borracha.”

. “O sábio sabe tudo que diz, mas não diz tudo que sabe.”

. “Viva como se cada instante da sua vida fosse retornar eternamente”

. “O insucesso é apenas uma oportunidade de tentar de novo.”

. “Posso não concordar com o que dizes, mas lutarei eternamente pelo seu direito de dizê-lo.”

. “Os verdadeiros analfabetos são aqueles que aprenderam a ler, mas não lêem.”

. “O medo é o pai da moralidade.”

. “Quanto mais conhecimento intelectual, menos precisaremos das pessoas.”

. “Diga que não passa o fio da navalha sob a pele, rezando para ter coragem de cortar fundo.”

. “E quando você me abraça, o mundo gira devagar.”

. “Guardo os pulsos para o final; saída de emergência.”

. “Decifra-me ou devoro-te”

. “O talentoso acerta um alvo que os outros não conseguem. O gênio, acerta um que os outros não vêem.”

. “A solidão é a arma que mata, mesmo sem ninguém para dispará-la.”

. Creio que, se fosse para seguir a proposta, deveria dizer como me sinto em relação a cada trecho, mas, se alguém não conseguiu entender por si mesmo, lamenta-se. ;*

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Sóbria...

. "Eu não quero ser a garota que ri mais alto, ou a garota que nunca quer estar sozinha. Eu não quero ser aquela chamada às 4:00 da manhã, porque você sabe que eu sou a única no mundo que não vai estar em casa. Ahh, o sol está cegando (me cegando). Eu me levantei novamente. Oh, eu estou me encontrando. Esta não é a forma que eu quero que minha história termine. Eu estou segura lá em cima, nada pode me tocar. Porque eu sinto que esta festa acabou? Nenhuma dor por dentro (interior), você é como proteção. Mas como eu me sentirei tão bem sóbria? Eu não quero ser a garota que tem de preencher o silêncio, o silêncio me assusta porque ele diz a verdade. Por favor, não me diga que tivemos aquela conversa. Eu não me lembro, guarde o seu fôlego. Porque, qual é o uso (o motivo, ou, de que vai adiantar?) Ahh, a noite está chamando e ela sussurra para mim calmamente (docemente), você se culpa demais. Eu escuto você caindo. E eu me deixo ir, eu sou a única que deve ser culpada (que deve ouvir a culpa, se sentir culpada). Eu estou segura lá em cima, nada pode me tocar. Porque eu sinto que esta festa acabou? Nenhuma dor por dentro (interior), você é como perfeição. Mas como eu me sentirei tão bem sóbria? Indo para baixo, para baixo, para baixo. Girando ao redor, ao redor, ao redor. Procurando por mim mesma, sóbria. Quando isso está bom, então está bom. Tudo está bom, até que fica mau. Até que você tente encontrar aquilo que teve uma vez. Eu me machuquei, chorei, nunca mais. Quebrada (para baixo) em agonia. Apenas tentando encontrar um amigo. "
. Como, como me sentirei tão bem sóbria? Como tudo que está preso há anos vai sair se eu ficar sóbria? Quais atrativos terei? Sóbria, nem colegas interesseiras em farras vão sobrar, sóbria, não sou interessante. Sóbria, é impossível esquecer a dor, impossível esquecer qualquer coisa. Sóbria, o silêncio me sufoca e nada mais é um alívio, senão a morte. Sóbria, tenho que dormir, e dormir significa mais um dia solitário e maçante. Sóbria, tudo dá pânico, qualquer coisa apavora. Sóbria, simplesmente me odeio demais.

Por sua causa. E ainda por sua causa. E sempre.

. "Por sua causa -
- Eu não cometerei os mesmos erros que você fez, eu mesma não me deixarei causar tanto sofrimento ao meu coração, eu não vou me permitir, eu não vou cair aos pedaços que nem você caiu. Eu aprendi da maneira difícil, a nunca me deixar chegar até esse ponto. Por sua causa, eu nunca ando muito longe da calçada, por causa de você eu aprendi a jogar do lado seguro, assim eu não me machuco. Por sua causa, eu acho difícil confiar. Não só em mim, mas em todos à minha volta. Por causa de você, eu tenho medo. Eu perco meu caminho e não leva muito até você mencionar isso. Eu não posso chorar porque eu sei que isso é fraqueza nos seus olhos. Eu sou forçada a fingir um sorriso, uma risada, todos os dias da minha vida. Meu coração não pode quebrar quando não estava igualmente inteiro para começar Por sua causa eu nunca ando muito longe da calçada. Por causa de você, eu aprendi a jogar do lado seguro, assim eu não me machuco. Por sua causa eu acho difícil confiar. Não só em mim, mas em todos à minha volta. Por causa de você eu tenho medo. Eu assisti você morrer, eu ouvi você chorar toda noite no seu sono. Eu era tão jovem, você deveria saber mais e, não simplesmente contar como meu apoio. Você nunca pensou nos outros, você só viu sua dor. E agora eu choro no meio da noite, pelo mesmo maldito motivo. Eu dou o meu melhor, apenas para esquecer tudo. Por causa de você, eu não sei como deixar alguém se aproximar de mim. Por sua causa, eu estou envergonhada da minha vida, porque ela está vazia Por sua causa eu tenho medo."
. E, por pior que tenho sido, sempre se espera, sempre. Por mais que as palavras rodem dia e noite na sua cabeça, ainda é preciso alguma coisa, qualquer coisa. Quando se está há semanas drogado e sem dormir, quando o único remédio é mutilar cada pedaço do seu corpo, quando se é apenas uma criança e ninguém ve nada, tudo é invisível, dói demais. E nunca vai parar de doer. Era a única coisa que eu tinha, mas fui roubada de ter outras coisas, outras pessoas. Fiquei acorrentada ao ódio e mágoa e todo dia ainda me pergunto o porquê, todo dia tento esquecer tudo que precisei fazer, os infinitos infernos que precisei chegar, todas as marcas, para continuar invisível. Para, depois de tudo, simplesmente continuar invisível. Eu sou invisível. Eu deixei de ser alguém naquele maldito dia, eu perdi todas as minhas chances ao reaprender a ser uma pessoa. Eu aprendi e nada mais havia para me darem. Eu daria qualquer coisa para ser um vegetal ainda, daria tudo para arrancar a maldita culpa, daria tudo para não ter aprendido a ser uma pessoa e, assim, tornar-me invisível.

Fim do túnel?

. Estou de volta, resolvi apagar todas as minhas postagens e recomeçar. Não que isso seja exatamente bom ou ruim, mas creio que me faltará tempo e, de uma vez por todas, decidi deixar algumas marcas. Não digo que falarei por mim mesma, que minhas personalidades múltiplas não irão invadir este espaço; no entanto, e inclusive por meio de outras pessoas, desvendando-me-ei
aos louquinhos. A morte pode ser lenta e existem incontáveis modos de se morrer.
. Muitas coisas na depressão podem se assemelhar ao câncer e uma delas é que, às vezes, a pessoa parece estar melhorando, parece bem. E é aí que ela morre.
. Falo de fatos e as pessoas se chocam, sintam pena e dizem que sentem muito. Mas e daí? É muito triste, não é? Mas e daí, quem se importa? Por isso vou procurar falar apenas de sentimentos, os fatos que vão para o inferno.
. E, por último: não vou colocar foto alguma. De nada, ninguém. O jeito vai ser quebrar a cabeça. ;]