segunda-feira, 23 de março de 2009

. Existe uma estrada cheia de buracos, toda enlameada, escorregadia e com partes faltando. Uma pessoa, completamente sozinha, começa a escalá-la. É difícil, dura muito tempo e a pessoa não tem ajuda alguma. Toda hora ela cai, se machuca, mas continua subindo, continua insistindo. Em um certo ponto, suas forças acabam, mas, ainda assim, a pessoa resolve tentar mais um pouquinho. Finalmente, ela encontra um pedaço livre e bonito;quase sem obstáculos. Então se dá esperanças e segue em frente. Tudo é tão lindo e parece que os inúmeros obstáculos ficaram bem para trás. De repente, encantada pela paisagem, a pessoa não consegue enxergar um pé esticado no meio do caminho. Ela cai e rola estrada abaixo, sabendo que foi proposital, sabendo que precisaria recomeçar tudo outra vez. E recomeça, porém, sempre naquele mesmo ponto, sempre depois do alívio de esquecer toda a dor, ela é empurrada novamente. É proposital, pode-se ouvir as risadas. Finalmente, as forças terminam e a pessoa desiste. Sabe que não há outro caminho, que não há ninguém, exceto pessoas que vão derrubá-la hora após horas. Ela é invisível.

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