sexta-feira, 17 de abril de 2009

Exaustão. Não vejo a hora que tudo acabe logo...
Só há mediocricidade em volta e é tudo completamente vazio, sem gosto, sem cor.
E arrependo-me muito de não ter ido quando tive chance.
Agora vou ter outra e preciso aproveitá-la.
Tevê, dormir, tevê, tevê, tevê, dormir, insônia, insônia, tevê, tevê. Nem meu curso alegra-me mais.
O livro que leio me deprime; a personagem principal tem tanto de mim que ninguém faria idéia. Já é ruim conviver comigo mesma, quem dirá ler-me. Fico aqui, o tempo todo sozinha e invisível, escrevendo para as paredes. É tudo sobrevivência. Só conheci a vida através do sofrimento e auto-destruição; depois pelo amor, mas o amor foi todo arrancado de mim e não tenho mais nada.
Só consigo fazer as coisas pelos outros, jamais por mim mesma, e agora não tenho ninguém para me doar, para que me faça sair da cama e sentir-me útil e indispensável. Isso ninguém vai compreender, mas é assim que é. Se não tenho amor, não sou nada. O amor foi a única coisa boa que conheci, a única coisa boa que senti, e a pessoa pela qual senti destruiu tudo que ainda tinha em mim; não tenho mais nada para dar ou oferecer. Pisou, cuspiu, esticou, largou, jogou fora. Tirou-me também, o único sentimento que fazia-me levantar, já que voltei a ficar invisível e inútil. E ninguém entende, ninguém entende. Ela não entende, ela cagou para o presente mais lindo que já consegui dar...
E continua cagando, continua magoando-me. E é de propósito, só mais um jogo, só mais um trófeu entre corações partidos. Foi fácil partir o meu, só tinha buracos remendados e abertos, e é fácil descosturas as coisas, mas, às vezes, é impossível colá-las de volta.
Não tenho utilidade, não tenho razão, mal sinto alguma coisa. Morrer é como comprar uma água. Faz, no mínimo, um mês que estou assim, um mês que ignoro todo mundo e olho tudo vazio; olho sem olhar. Só chorei uma vez, e não foi por sentir-me mal comigo mesmo ou pelo que alguém fez, mas por coisas bem acima disso. No resto, nem chorar consigo, nenhuma lágrima sai. E também não choro à seco. Apatia, engolir comprimidos. Apatia, cama. Apatia, um cigarro. Apatia, bebidas. Apatia, cortar-me toda, como se corta papel. Será que o papel sente dor? Eu não sinto; estou anestesiada.
Preciso sentir-me viva, e a única coisa que pode dar-me isso... aquelas carreiras branquinhas, brilhantes. E tudo sumiu em um passe de mágica, compro um coração de brinquedo.

Um comentário:

Nicole Abrahão disse...

Talvez eu realmente não seja a pessoa que esperava ter sempre ao lado, talvez e com certeza eu tenha falhado muito... Mas não desisti e não perco minha vontade de acertar. Meu sentimento por você não muda nem creio que isso seja possível. Estou sempre a postos, sempre presente,embora muitas vezes não seja notada.